6ª feira da 30ª Semana do Tempo Comum
1ª Leitura – Rm 9,1-5
Eu desejaria ser segregado em favor de meus irmãos.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 9,1-5
Irmãos:
1 Não estou mentindo,
mas, em Cristo, digo a verdade,
apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha
consciência.
2 Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor
contínua,
3 a ponto de desejar
ser eu mesmo segregado por Cristo
em favor de meus irmãos, os de minha raça.
4 Eles são israelitas.
A eles pertencem a filiação adotiva, a glória,
as alianças, as leis, o culto, as promessas
5 e também os patriarcas.
Deles é que descende, quanto à sua humanidade,
Cristo, o qual está acima de todos,
Deus bendito para sempre! Amém!
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 147 (148),12-13. 14-15. 19-20 (R. 12a)
R. Glorifica o Senhor, Jerusalém!
12 Glorifica o Senhor, Jerusalém!*
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!
13 Pois reforçou com segurança as tuas portas,*
e os teus filhos em teu seio abençoou. R.
14 a paz em teus limites garantiu*
e te dá como alimento a flor do trigo.
15 Ele envia suas ordens para a terra,*
e a palavra que ele diz corre veloz R.
19 Anuncia a Jacó sua palavra,*
seus preceitos suas leis a Israel.
20 Nenhum povo recebeu tanto carinho,*
a nenhum outro revelou os seus preceitos. R.
Evangelho – Lc 14,1-6
Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço,
não o tira logo, mesmo em dia de sábado?’
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 14,1-6
1 Aconteceu que, num dia de sábado,
Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus.
E eles o observavam.
2 Diante de Jesus, havia um hidrópico.
3 Tomando a palavra,
Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus:
‘A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?
4 Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão,
curou-o e despediu-o.
5 Depois lhes disse:
‘Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço,
não o tira logo, mesmo em dia de sábado?’
6 E eles não foram capazes de responder a isso.
Palavra da Salvação.
Reflexão – Lc 14, 1-6
Hoje fixamos nossa atenção na pergunta aguçada que Jesus faz aos fariseus: «Em dia de sábado, é permitido curar ou não?» (Lc 14,3), e na significativa anotação que faz são Lucas: «E eles não foram capazes de responder a isso» (Lc 14,4).
São muitos os episódios evangélicos nos quais o Senhor joga na cara dos fariseus sua hipocrisia. É notável o empenho de Deus em nos deixar claro até que ponto lhe desagrada esse pecado –a falsa aparência, o engano vaidoso-, que situa-se nas antípodas daquele elogio de Cristo a Natanael: «Aí está um verdadeiro israelita, em quem não há falsidade» (Jo 1,47). Deus ama a simplicidade de coração, a ingenuidade do espírito e, pelo contrário, rechaça energicamente o que é emaranhado, o olhar vago, a dupla moral, a hipocrisia.
O significativo da pergunta do Senhor e da resposta silenciosa dos fariseus, é a má consciência que estes, no fundo, tinham. Diante jazia um doente que buscava sua cura por Jesus. O cumprimento da Lei judaica –mera atenção à letra com desprezo ao espírito- e a fátua presunção de sua conduta honorável os leva a escandalizar-se ante a atitude de Cristo que, levado pelo seu coração misericordioso, não se deixa amarrar pelo formalismo de uma lei, e quer devolver a saúde a quem carecia dela.
Os fariseus se dão conta de que sua conduta hipócrita não é justificável e, por isso, calam. Nesta parte resplandece uma clara lição: a necessidade de entender que a santidade é seguimento de Cristo –até o enamorar-se plenamente- e não frio cumprimento legal de uns preceitos. Os mandamentos são santos porque procedem diretamente da Sabedoria infinita de Deus, mas que é possível vive-los de uma maneira legalista e vazia, e então se dá a incongruência –autêntico sarcasmo- de pretender seguir a Deus para terminar indo atrás de nós mesmo.
Deixemos que a encantadora simplicidade da Virgem Maria se imponha nas nossas vidas.
Colaboração: Padre Adriano Francisco da Silva, IVE
Fonte: CNBB