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Paróquia, define-a o Direito canônico, é a comunidade dos fiéis submetida ao pároco, ou por outra, é o território sobre o qual se estende a jurisdição do pároco.
Nos primeiros séculos da Igreja não existiam as paróquias; existiam apenas os bispados ou Dioceses administradas pessoalmente pelos bispos, legítimos sucessores dos Apóstolos.
Assim, podemos dizer que cada diocese constituía uma única paróquia cuja matriz era a catedral, única Igreja, então que possuía a pia batismal. Os bispos, nas suas catedrais, acercavam-se de sacerdotes auxiliares para o serviço do culto e administração dos sacramentos.
Com a propagação da fé, formaram-se núcleos numerosos de fiéis nas grandes cidades e nas aldeias. Daí, a necessidade de se construírem templos para comodidade desses fiéis, que nem sempre podiam recorrer facilmente ao bispo devido à distância que os separava da sede diocesana.
Para essas igrejas, os bispos enviavam sacerdotes, por turno, para fazerem o serviço ministerial, regressando depois à sede do bispado. Nas igrejas rurais porém, forçoso foi confiar-se a sacerdotes determinados a sua administração marcando-lhes um território ou comarca, para o exercício da sua jurisdição. Esse território ou comarca é o que chamamos “paróquia”.
Pelos fins do século IV é que apareceram as primeiras paróquias na Itália e em Alexandria. Santo Athanasio, na sua segunda Apologia, diz que no seu tempo havia dez igrejas paroquiais em Maréctis da diocese de Alexandria.
A paróquia é, portanto, uma instituição venerada pela sua antiguidade. Ela está para o reino espiritual que chamamos Igreja, como as comarcas civis estão para a nação: é a célula viva do organismo da Igreja; é a família espiritual que, unida a outras, forma a sociedade espiritual.
Para sermos patriotas é necessário que votemos o nosso amor e a nossa dedicação não só à pátria em sua generalidade (quase abstrata e especulativa), mas também – e mais praticamente – aquele torrão da Pátria onde floriu o nosso berço, ou nos acolheu depois, adotando-nos como filhos.
Igualmente, para sermos católicos, como é nosso estrito dever, é preciso que o nosso amor e a nossa dedicação à Igreja se evidenciem, tanto em relação à Igreja no seu conjunto, na sua catolicidade, como na mínima porção do seu admirável organismo, na paróquia.
Tudo quanto possa concorrer para o progresso espiritual da paróquia, e mesmo material, deve interessar sobremodo os paroquianos. Estes devem ter verdadeiras e santas emulações para verem sempre a sua paróquia na vanguarda das demais.
A igreja matriz deve ser o expoente da fé e da piedade dos paroquianos. Todas as funções realizadas na matriz devem ser bastante concorridas e revestir-se de grande pompa.
Os sacramentos devem ser, de preferência, recebidos na matriz, para maior edificação dos fiéis. A matriz deve estar sempre provida de tudo quanto há de melhor para o esplendor do culto; mas para isso devem dispor de recursos fornecidos pelos paroquianos e pelo pároco.
A missão da Igreja católica apostólica romana no mundo
A Igreja, comunidade santa convocada pela Palavra, tem como uma de suas principais tarefas a de pregar o evangelho (cf. Lumen gentium, 25). Evangelizar é necessariamente anunciar com alegria o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o Reino e o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus (cf. Evangelii nuntiandi, 22).
Toda evangelização parte do mandato de Cristo a seus apóstolos e sucessores, desenvolve-se na comunidade dos batizados, no seio de comunidades vivas que compartilham a sua fé e se orienta ao fortalecimento da vida de adoção filial em Cristo, que se expressa principalmente no amor fraterno. Só uma Igreja evangelizada é capaz de evangelizar. (Fonte: “Santo Domingo” nº 23)
A missão da Igreja particular
As Igrejas particulares têm como missão prolongar para as diversas comunidades “a presença e a ação evangelizadora de Cristo” (Puebla, 224), já que são “formadas à imagem da Igreja universal nas quais e, a partir das quais, existe uma só e única Igreja Católica” (Lumen gentium, 23).
A Igreja particular é chamada a viver o dinamismo de comunhão-missão, “a comunhão e a missão estão profundamente unidas entre si; compenetram-se e se implicam mutuamente, ao ponto de a comunhão representar, ao mesmo tempo, a fonte e o fruto da missão… sempre é o único e idêntico Espírito que convoca e une a Igreja e que a envia a pregar o Evangelho até os confins da terra” (Christifidelis laici, 32).
A Igreja particular, conforme o seu ser e a sua missão, por congregar o povo de Deus de um lugar ou região, conhece de perto a vida, cultura, os problemas de seus integrantes e é chamada a gerar ali, com todas as suas forças, sob a ação do Espírito, a nova evangelização, a promoção humana, a inculturação da fé (cf. Redemptoris missio, 54). (Fonte: “Santo Domingo” nº 33)
A missão da paróquia
A paróquia, comunidade de comunidades e movimentos, acolhe as angústias e esperanças dos homens, anima e orienta a comunhão, participação e missão. “Não é principalmente uma estrutura, um território, um edifício, é a família de Deus, como uma fraternidade animada pelo Espírito de unidade”… “A paróquia se funda sobre uma realidade teológica porque ela é uma comunidade eucarística”… “A paróquia é comunidade de fé, e uma comunidade orgânica… na qual o pároco, que representa o bispo diocesano, é o vínculo hierárquico com toda a Igreja particular” (Christifideles laici, 26).
Se a paróquia é a Igreja que se encontra entre as casas dos homens, ela vive e trabalha profundamente inserida na sociedade humana e intimamente solidária com suas aspirações e dificuldades.
A paróquia tem a missão de evangelizar, de celebrar a liturgia, de fomentar a promoção humana, de fazer progredir a inculturação da fé nas famílias, nos grupos e movimentos apostólicos, e através deles, em toda a sociedade. A paróquia, comunhão orgânica e missionária, é assim uma rede de comunidades.
Leia também: O fascinante sentido espiritual por trás da palavra “paróquia”
Por Aleteia
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