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Uma das heresias que mais caracterizam as vertentes “alternativas” do cristianismo é a que prega a chamada “sola fides“, expressão em latim que significa “somente a fé“. Segundo esta heresia, a fé sozinha bastaria para nos salvar, sem necessidade alguma de realizarmos boas obras.
A fé católica, no entanto, é explícita ao destacar que as boas obras são indispensáveis para a salvação: “A fé, sem obras, é morta“.
Esta verdade está claramente escrita na Carta de São Tiago, capítulo 2, versículo 17: “Assim também a fé: se não tiver obras, é morta em si mesma“.
De nada adianta declarar fé da boca para fora e não praticar boas obras, pois Deus nos julgará pelos nossos atos e omissões, não apenas pelas nossas alegações teóricas.
Cristo mesmo nos alertou a este respeito com perfeita objetividade em várias passagens do Evangelho, sendo uma das mais conhecidas a de Mateus 25, 34-46:
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita:
‘Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era estrangeiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; adoeci e me visitastes; estive na prisão e me fostes visitar’.
Então os justos lhe responderão, dizendo:
‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te?’
E, respondendo o Rei, lhes dirá:
‘Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes’.
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda:
‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes’.
Então eles também lhe responderão, dizendo:
‘Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?’
Então lhes responderá, dizendo:
‘Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim’.
E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”.
Este é o texto dos Evangelhos que define as assim chamadas “7 obras de misericórdia corporais“.
O Catecismo de São Pio X destaca a importância imprescindível dessas obras e também das 7 obras de misericórdia espirituais, em seus seguintes números do Capítulo IV (chamado, precisamente, “Das obras de misericórdia”):
Nº 937 – Quais são as boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo?
As boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do Juízo são as obras de misericórdia.
Nº 938 – Que se entende por obra de misericórdia?
Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais.
Nº 939 – Quantas são as obras de misericórdia?
As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se socorrem.
Nº 940 – Quais são as obras de misericórdia corporais?
As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.
Nº 941 – Quais são as obras de misericórdia espirituais?
As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2º Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.
Em resumo, como bem disse São João da Cruz: “Ao entardecer desta vida, seremos julgados pelo amor“.
E não pelo que dizemos da boca para fora.
Por Aleteia
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