Liturgia diária › 27/10/2017

6ª feira da 29ª Semana do Tempo Comum

1ª Leitura – Rm 7,18-25a

Quem me libertará deste corpo de morte?

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 7,18-25a

Irmãos:
18 Estou ciente que o bem não habita em mim,
isto é, na minha carne.
Pois eu tenho capacidade de querer o bem,
mas não de realizá-lo.
19 Com efeito, não faço o bem que quero,
mas faço o mal que não quero.
20 Ora, se faço aquilo que não quero,
entóo já nóo sou eu que estou agindo,
mas o pecado que habita em mim.
21 Portanto, descubro em mim esta lei:
Quando quero fazer o bem,
é o mal que se me apresenta.
22 Como homem interior
ponho toda a minha satisfação na lei de Deus;
23 mas sinto em meus membros outra lei,
que luta contra a lei da minha razão
e me aprisiona na lei do pecado,
essa lei que está em meus membros.
24 Infeliz que eu sou!
Quem me libertará deste corpo de morte?
25a Graças sejam dadas a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Palavra do Senhor.

Salmo – Sl 118, 66. 68. 76. 77. 93. 94 (R. 68b)

R. Ensinai-me a fazer vossa vontade!

66 Dai-me bom senso, retidão, sabedoria, *
pois tenho fé nos vossos santos mandamentos! R.

68 Porque sois bom e realizais somente o bem, *
ensinai-me a fazer vossa vontade! R.

76 Vosso amor seja um consolo para mim, *
conforme a vosso servo prometestes. R.

77 Venha a mim o vosso amor e viverei, *
porque tenho em vossa lei o meu prazer! R.

93 Eu jamais esquecerei vossos preceitos, *
por meio deles conservais a minha vida. R.

94 Vinde salvar-me, ó Senhor, eu vos pertenço! *
Porque sempre procurei vossa vontade. R.

Evangelho – Lc 12,54-59

Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu.
Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 12,54-59

Naquele tempo:
54 Jesus dizia às multidões:
‘Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente,
logo dizeis que vem chuva.
E assim acontece.
55 Quando sentis soprar o vento do sul,
logo dizeis que vai fazer calor.
E assim acontece.
56 Hipócritas! Vós sabeis interpretar
o aspecto da terra e do céu.
Como é que não sabeis interpretar o tempo presente?
57 Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?
58 Quando, pois, tu vais com o teu adversário
apresentar-te diante do magistrado,
procura resolver o caso com ele
enquanto estais a caminho.
Senão ele te levará ao juiz,
o juiz te entregará ao guarda,
e o guarda te jogará na cadeia.
59 Eu te digo: daí tu não sairás,
enquanto não pagares o último centavo.’
Palavra da Salvação.

Reflexão – Lc 12, 54-59

Hoje, Jesus quer que levantemos os olhos para o céu. Esta manhã, depois de três dias de chuva persistente, o céu apareceu luminoso e claro num dos dias mais esplêndidos deste outono. Vamos entendendo o tema das mudanças do tempo, já que agora os meteorologistas são quase da família. Pelo contrário, custa-nos mais a entender em que tempo estamos ou vivemos: «Sabeis avaliar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis avaliar o tempo presente?». (Lc 12,56). Muitos dos que escutavam Jesus perderam uma oportunidade única na História de toda a Humanidade. Não viram em Jesus o Filho de Deus. Não perceberam o tempo, a hora da salvação.

O Concílio Vaticano II, na Constituição Gaudium et Spes (n. 4), atualiza o Evangelho de hoje: «Pesa sobre a Igreja o dever permanente de escutar a fundo os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho (…)». É preciso, portanto, conhecer e compreender o mundo em que vivemos e as suas esperanças, as suas aspirações, o seu modo de ser, frequentemente dramático.

Quando vemos a história, não nos custa muito assinalar as ocasiões perdidas pela Igreja por não ter descoberto o momento que então se vivia. Mas, Senhor: «Quantas ocasiões não teremos perdido agora por não descobrir os sinais dos tempos ou, o que significa o mesmo, por não viver e iluminar a problemática atual com a luz do Evangelho? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?» (Lc 12,57), continua a recordar-nos hoje Jesus.

Não vivemos num mundo de maldade, ainda que também haja bastante. Deus não abandonou o seu mundo. Como recordava São João da Cruz, habitamos uma terra onde andou o próprio Deus e que ele encheu de formosura. A beata Teresa de Calcutá captou os sinais dos tempos, e o tempo, o nosso tempo, entendeu a beata Teresa de Calcutá. Que ela nos estimule. Não deixemos de olhar para o alto, sem perder de vista a terra.

Colaboração: Padre Adriano Francisco da Silva, IVE

Fonte: CNBB