Liturgia diária › 23/10/2017

2ª feira da 29ª Semana do Tempo Comum

1ª Leitura – Rm 4,20-25

A Escritura visa também a nós,
pois a fé nos será creditada.

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 4,20-25

Irmãos:
20 Diante da promessa divina,
Abraão não duvidou por falta de fé,
mas revigorou-se na fé e deu glória a Deus,
21 convencido de que Deus tem poder para cumprir o que prometeu.
22 Esta sua atitude de fé lhe foi creditada como justiça.
23 Afirmando que a fé lhe foi creditada como justiça,
a Escritura visa não só à pessoa de Abraão, mas também a nós,
pois a fé será creditada também para nós
que cremos naquele que ressuscitou dos mortos Jesus,
nosso Senhor.
25 Ele, Jesus, foi entregue por causa de nossos pecados
e foi ressuscitado para nossa justificação.
Palavra do Senhor.

Salmo – Lc 1,69-70. 71-72. 73-75 (R. Cf. 68)

R. Bendito seja o Senhor Deus de Israel,
porque a seu povo visitou e libertou!

69 Fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,
70 como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos. R.

71 para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.
72 Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança. R.

73 e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos 74que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temor +
75 em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias. R.

Evangelho – Lc 12,13-21

E para quem ficará o que tu acumulaste?

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 12,13-21

Naquele tempo:
13 Alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: ‘Mestre,
dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.’
14 Jesus respondeu:
‘Homem, quem me encarregou de julgar
ou de dividir vossos bens?’
15 E disse-lhes:
‘Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância,
porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas,
a vida de um homem não consiste na abundância de bens.’
16 E contou-lhes uma parábola:
‘A terra de um homem rico deu uma grande colheita.
17 Ele pensava consigo mesmo:
‘O que vou fazer?
Não tenho onde guardar minha colheita’.
18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer!
Vou derrubar meus celeiros e construir maiores;
neles vou guardar todo o meu trigo,
junto com os meus bens.
19 Então poderei dizer a mim mesmo:
– Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos.
Descansa, come, bebe, aproveita!’
20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco!
Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida.
E para quem ficará o que tu acumulaste?’
21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo,
mas não é rico diante de Deus.’
Palavra da Salvação.

Reflexão – Lc 12, 13-21

Hoje, o Evangelho, se não nos tapamos os ouvidos e não fechamos os olhos, provocará em nós uma grande comoção pela sua clareza: E disse então ao povo: Guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas (Lc 12,15). Que é o que garante a vida do homem?

Sabemos muito bem em que está garantida a vida de Jesus, porque Ele mesmo disse: Pois como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho o ter a vida em si mesmo (Jn 5,26). Sabemos que a vida de Jesus não somente procede do Pai, mas que consiste em fazer sua vontade, já que este é seu alimento, e a vontade do Pai equivale a realizar sua grande obra de salvação entre os homens, dando a vida por seus amigos, signo do mais sublime amor. A vida de Jesus é, pois, uma vida recebida totalmente do Pai e entregada totalmente ao mesmo Pai e, por amor ao Padre, aos homens. A vida humana poderá ser então suficiente em si mesma? Poderá negar-se que nossa vida é um dom, que a recebemos e que, somente por isso, já devemos agradecer? Que ninguém pense que é dono de sua própria vida (São Jerônimo).

Seguindo esta lógica, só falta perguntar-nos: Que sentido pode ter nossa vida se se encerra em si mesma, se tem prazer ao dizer: E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te (Lc 12,19) Se a vida de Jesus é um dom recebido e entregue sempre em amor, nossa vida; que não podemos negar ter recebido; deve converter-se, seguindo à de Jesus, em uma doação total a Deus e aos irmãos, porque, Quem ama a sua vida, perdê-la-á; mas quem odeia a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna (Jn 12,25).

Colaboração: Padre Adriano Francisco da Silva, IVE

Fonte: CNBB