Liturgia diária › 04/09/2017

2ª feira da 22ª Semana do Tempo Comum

1ª Leitura – 1Ts 4,13-18

Deus trará de volta, com Cristo, os que
através dele entraram no sono da morte.

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 4,13-18

13 Irmãos, não queremos deixar-vos na incerteza
a respeito dos mortos,
para que não fiqueis tristes
como os outros, que não têm esperança.
14 Se Jesus morreu e ressuscitou – e esta é nossa fé –
de modo semelhante Deus trará de volta, com Cristo,
os que através dele entraram no sono da morte.
15 Isto vos declaramos, segundo a palavra do Senhor:
nós que formos deixados com vida para a vinda do Senhor
não levaremos vantagem em relação aos que morreram.
16 Pois o Senhor mesmo, quando for dada a ordem,
à voz do arcanjo e ao som da trombeta,
descerá do céu
e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
17 Em seguida, nós que formos deixados com vida
seremos arrebatados com eles nas nuvens,
para o encontro com o Senhor, nos ares.
E assim estaremos sempre com o Senhor.
18 Exortai-vos, pois, uns aos outros,
com estas palavras.
Palavra do Senhor.

Salmo – Sl 95,1.3. 4-5. 11-12. 13 (R. 13b)

R. O Senhor vem julgar nossa terra.

1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, +
3 manifestai a sua glória entre as nações, *
e entre os povos do universo seus prodígios! R.

4 pois Deus é grande e muito digno de louvor,+
é mais terrível e maior que os outros deuses,*
5 porque um nada são os deuses dos pagãos.
Foi o Senhor e nosso Deus quem fez os céus:+ R.

11 O céu se rejubile e exulte a terra, *
aplauda o mar com o que vive em suas águas;
12 os campos com seus frutos rejubilem *
e exultem as florestas e as matas R.

13 na presença do Senhor, pois ele vem, *
porque vem para julgar a terra inteira.
Governará o mundo todo com justiça, *
e os povos julgará com lealdade. R.

Evangelho – Lc 4,16-30

Ele me consagrou com a unção
para anunciar a Boa Nova aos pobres.
Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 4,16-30

Naquele tempo:
16 Veio Jesus à cidade de Nazaré, onde se tinha criado.
Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado,
e levantou-se para fazer a leitura.
17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías.
Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito:
18 ‘O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me consagrou com a unção
para anunciar a Boa Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação aos cativos
e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos
19 e para proclamar um ano da graça do Senhor.’
20 Depois fechou o livro,
entregou-o ao ajudante, e sentou-se.
Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele.
21 Então começou a dizer-lhes:
‘Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura
que acabastes de ouvir.’
22 Todos davam testemunho a seu respeito,
admirados com as palavras cheias de encanto
que saíam da sua boca.
E diziam: ‘Não é este o filho de José?’
23 Jesus, porém, disse:
‘Sem dúvida, vós me repetireis o provérbio:
Médico, cura-te a ti mesmo.
Faze também aqui, em tua terra,
tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum.’
24 E acrescentou:
‘Em verdade eu vos digo que nenhum profeta
é bem recebido em sua pátria.
25 De fato, eu vos digo:
no tempo do profeta Elias,
quando não choveu durante três anos e seis meses
e houve grande fome em toda a região,
havia muitas viúvas em Israel.
26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias,
senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27 E no tempo do profeta Eliseu,
havia muitos leprosos em Israel.
Contudo, nenhum deles foi curado,
mas sim Naamã, o sírio.’
28 Quando ouviram estas palavras de Jesus,
todos na sinagoga ficaram furiosos.
29 Levantaram-se e o expulsaram da cidade.
Levaram-no até ao alto do monte
sobre o qual a cidade estava construída,
com a intenção de lançá-lo no precipício.
30 Jesus, porém, passando pelo meio deles,
continuou o seu caminho.
Palavra da Salvação.

Reflexão – Lc 4, 16-30

Hoje, «se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir» (Lc 4,21). Com essas palavras, Jesus comenta, na sinagoga de Nazaré, um texto do profeta Isaías: «O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção» (Lc 4,18). Estas palavras têm um sentido que ultrapassa o momento histórico concreto em que foram pronunciadas. O Espírito Santo habita em plenitude em Jesus Cristo, e é Ele quem o envia aos crentes.

Mas, além disso, todas as palavras do Evangelho possuem uma atualidade eterna. São eternas porque foram pronunciadas pelo Eterno e, são atuais porque Deus faz com que se cumpram em todos os tempos. Quando escutamos a Palavra de Deus, temos que recebê-la não como um discurso humano, mas sim como uma Palavra que tem, sobre nós, poder de transformação. Deus não fala aos nossos ouvidos, mas ao nosso coração. Tudo o que diz está profundamente cheio de sentido e de amor. A Palavra de Deus é uma fonte inextinguível de vida: «É mais o que perdemos do que o que captamos, tal como ocorre com os sedentos que bebem de uma fonte» (Santo Efrém). Suas palavras saem do coração de Deus. E, desse coração, do seio da Trindade, veio Jesus —a Palavra do Pai — aos homens.

Por isso, cada dia, quando escutamos o Evangelho, temos que poder dizer como Maria: «Faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38); e Deus nos responderá: «Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir». Mas para que a Palavra seja eficaz em nós devemos nos desprender de todo o preconceito. Os contemporâneos de Jesus não o compreenderam, porque o viam somente com olhos humanos: «Não é este o filho de José?» (Lc 4,22). Enxergavam a humanidade de Cristo, mas não se deram conta de sua divindade. Sempre que escutamos a Palavra de Deus, mais a frente do estilo literário, da beleza das expressões ou da singularidade da situação, temos que saber que é Deus quem nos fala.

Colaboração: Padre Adriano Francisco da Silva, IVE

Fonte: CNBB