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“Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).
Prezados irmãos da Igreja de Deus que se faz presente na Diocese de Jundiaí:
A partir de Quarta-Feira de Cinzas iniciamos um período que chamamos Quaresma. É um tempo forte de penitência e de mudança de vida, que nos prepara para vivermos intensamente a Semana Santa e a Páscoa do Senhor.
A duração de 40 dias da Quaresma coincide com os 40 anos da peregrinação do povo de Israel pelo deserto até a terra prometida (cf. Ex 16,35). Moisés jejuou 40 dias no Monte Sinai (cf. Ex34,28), enquanto que o profeta Elias caminhou 40 dias até o Monte Horeb, o monte de Deus (cf. 1Rs 19,8). Por sua vez, Jesus jejuou 40 dias no deserto no início de sua atividade pública (cf. Mc 1,13).
Desde o início da Igreja, o tempo da Quaresma é tempo decisivo para a preparação da celebração da Páscoa, quando em torno da mesa do Senhor, sepultamos e destruímos todo ódio e divisão na sua morte, para ressuscitarmos com Cristo para um amor fraterno renovado. O Prefácio I da Quaresma resume bem o sentido deste tempo privilegiado do Ano Litúrgico: “Vós concedeis aos cristãos esperar com alegria, cada ano, a festa da Páscoa. De coração purificado, entregues à oração e à prática do amor fraterno, preparemo-nos para celebrar os mistérios pascais, que nos deram vida nova e nos tornaram filhas e filhos vossos”.
O insistente apelo à penitência e à conversão não se caracteriza pelo sentimento de tristeza e de “rosto triste” (Mt 6,16). É verdade que na Quaresma a liturgia renuncia ao cântico do “Glória” e do “Aleluia”. A cor roxa das vestes litúrgicas indica a sobriedade e a seriedade da preparação para o evento pascal. Mas, na realidade, a Quaresma é tempo de sincera alegria e profunda gratidão pela salvação que a morte na cruz do Senhor Jesus e sua ressurreição garantiram para toda a humanidade.
Iluminados pela Palavra de Deus, no tempo quaresmal somos convidados a buscar uma nova relação e comunhão com as criaturas, com os irmãos e as irmãs, e com Deus. É tempo de reencontrarmos a nossa verdadeira identidade, tempo de superar nossa hipocrisia e falsidade, como o próprio Jesus nos adverte no Evangelho (cf. Mt 6, 2.5.16). Porque, na verdade, “somos pó e ao pó haveremos de voltar” (cf. Gn 3,19; Ecl 3,20). Somos seres humanos fracos e limitados e somos o que somos unicamente pela graça do amor e da misericórdia infinita de Deus, como afirma categoricamente o Apóstolo Paulo: “É pela graça de Deus que sou o que sou” (1Cor 15,10).
Queridos irmãos diocesanos: gostaria de convidá-los para aproveitarmos bem este tempo quaresmal, vivendo as seguintes três atitudes. São três tentativas para nos abrirmos à graça da conversão e da filiação divina.
A primeira atitude é orar. A Quaresma é tempo de um maior recolhimento e introspecção, o que nos possibilita dialogar com Deus na intimidade do nosso coração. Somos convidados a um silêncio meditativo, que sirva para avaliarmos nossa caminhada de fé, para agradecer e suplicar.
De fato, a oração, principalmente aquela que fazemos a partir da Palavra de Deus, ajuda-nos a fazer um honesto exame de consciência, para que possamos reafirmar propósitos firmes diante de Deus e estabelecer metas de fé e de caridade para a nossa vida. A oração deve ser sempre sincera e discreta. Quando rezamos, nosso único pensamento deve estar voltado ao Pai que está escondido dos olhares do mundo e que sabe de tudo que precisamos (cf. Mt 6,6).
A segunda atitude é jejuar. Praticamos o jejum corretamente, quando este tem por objetivo nos ajudar no autodomínio, na solidariedade e na prática do esvaziamento e da libertação. Jejuamos deixando de lado, por algum tempo, algo que nos agrade muito. É comum que as crianças, por exemplo, deixem de lado os doces. Alguns jovens fazem jejum ficando sem internet. Os adultos deixam de comer carne ou de ingerir bebidas alcoólicas. Outros praticam o jejum deixando de ver a televisão ou o seu programa de preferência. E a melhor forma do jejum se faz na solidariedade para com tantos irmãos e irmãs que, infelizmente, vivem condições precárias de sobrevivência. Devemos ser agradecidos a Deus por tudo o que somos e o que temos, praticando a partilha e rezando pela melhoria de condições de vida dos mais desfavorecidos.
Aqui também devemos ter bom senso e discrição. É algo a ser vivido na intimidade com o Pai que está no escondido (cf. Mt 6,18).
A terceira atitude é amar concretamente. A oração e o jejum devem ser impulsos para realizarmos gestos concretos de amor em favor dos nossos irmãos e irmãs necessitados. A verdadeira caridade não é aquela que fica apenas na intenção e nos lábios, mas sim a que não cabe em nós mesmos, espalhando-se na direção dos que mais precisam de nossa ajuda.
Para quem deseja praticar a caridade não há desculpas e nem barreiras. São tantas pessoas passando fome e frio; tantos doentes precisando de remédios e de companhia; tantos encarcerados aguardando uma visita; tanta gente descrente e que precisa ouvir testemunhos de como é maravilhosa a nossa fé!
É essencial que pratiquemos a caridade com discrição e sinceridade, não sabendo a nossa mão esquerda o que faz a nossa mão direita. Somente o Pai, que vê tudo o que está escondido e que sabe enxergar as profundidades do coração humano, é que deve saber o tamanho do nosso amor pelos necessitados (cf. Mt 6, 3-4).
Queridos irmãos diocesanos: podemos viver concretamente estas três atitudes para a Quaresma, participando ativamente da Campanha da Fraternidade que, neste ano, tem como tema: “Fraternidade e Superação da Violência”, e o lema: “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8). A oração, o jejum e a prática do amor, praticados na dimensão da Campanha da Fraternidade, muito nos ajudam “para que, com o coração convertido, acolhamos o projeto de Jesus e sejamos construtores de uma sociedade justa e sem violência, para que no mundo inteiro, cresça o Reino de Deus de liberdade, verdade e de paz” (cf. Oração da CF 2018).
E a todos abençoo, desejando uma santa Quaresma para que tenhamos uma abençoada e fecunda Páscoa do Senhor!
Dom Vicente Costa
Bispo Diocesano de Jundiaí
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