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O exercício da Via Sacra consiste em que os fiéis percorram a caminhada de Jesus a carregar a Cruz desde o Pretório de Pilatos até o monte Calvário, meditando simultaneamente à Paixão de Cristo.
O exercício religioso, muito usual no tempo da Quaresma, teve origem na época das Cruzadas, por volta dos séculos XI e XIII. Os fiéis que, percorriam os lugares sagrados da Paixão de Cristo na Terra Santa, quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa em Jerusalém.
É importante realçar ainda o papel dos Franciscanos na divulgação deste exercício. Desde o século XIV, eles são os guardiões oficiais destes lugares sagrados da palestina, dedicando-se assim à propagação da veneração à Via Dolorosa do Senhor em suas igrejas e junto aos seus conventos.
Desde 1300, os franciscanos da Custódia da Terra Santa, todas as sextas-feiras à tarde, até hoje, conduzem uma piedosa procissão rezando a Via Sacra.
O número de estações ou etapas dessa caminhada foi sendo definido paulatinamente, chegando à forma atual, de quatorze estações, no século XVI.
É de notar que na Sexta-feira Santa de 1991 e 1992, o Santo Padre João Paulo II, ao realizar o exercício da Via Sacra no Coliseu de Roma, quis alterar o conteúdo das respectivas estações, substituindo as cenas não incluídas no Evangelho por outras, tiradas do texto sagrado.
Eis a sequência então adotada: 1) Jesus no Horto das Oliveiras; 2) Jesus, traído por Judas, é aprisionado; 3) A condenação de Jesus; 4) A negação de Pedro; 5) Jesus diante de Pilatos; 6) A flagelação e a coroação de espinhos; 7) Jesus carrega a Cruz; 8) Jesus e o Cirineu; 9) O encontro com as mulheres de Jerusalém; 10) A crucificação; 11) Jesus e o Bom Ladrão; 12) Maria e João ao pé da Cruz; 13) A morte de Jesus; 14) Jesus deposto no sepulcro.
Esta nova ordem é certamente bela e apta a inspirar a meditação dos fiéis. Não consta que tenha sido promulgada pela autoridade da Igreja para o roteiro da Via Sacra realizada fora de Roma.
De qualquer forma, fica a critério de cada fiel ou cada grupo de fiel assumir a nova sequência no exercício da sua devoção, pois, como dito, o que importa na Via Sacra é meditar a Paixão do Senhor Jesus.
Atualmente a Igreja concede indulgência plenária a quem pratique o exercício da Via Sacra. Para que este possa ser efetuado, requer-se uma série de quatorze estações (que tenham uma cruz nelas) devidamente bentas. O cristão deve percorrer essas cruzes meditando a Paixão e Morte do Senhor.
Caso o exercício da Via Sacra se faça na igreja, com grande afluência de fiéis, de modo a impossibilitar a locomoção de todos, basta que o dirigente, do sagrado exercício, se locomova de estação em estação.
Para quem não possa realizar a Via Sacra nas condições acima, lucre indulgência plenária lendo e meditando a Paixão do Senhor pelo espaço de meia-hora ao menos.
Durante a Quaresma, procure se informar em sua paróquia ou comunidade sobre os dias e horários em que o exercício espiritual da Via Sacra é realizado e participe. Para consultar, acesse o Guia de Contatos e verifique o telefone da paróquia ou comunidade mais próxima a você.
Por Pe. Enéas de Camargo Bête
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