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Unidas, Igrejas Católica e Ortodoxa podem fazer muito pela paz no mundo
Rádio Vaticano › 18/08/2017
Encontro entre o Papa Francisco e o Patriarca Kirill, no ano passado, abriu novo capítulo na relação entre as duas Igrejas
A visita do Secretário de Estado Pietro Parolin “será um marco no desenvolvimento das relações entre a Santa Sé e a Igreja Ortodoxa Russa, como também entre o Vaticano e a Federação Russa”.
Esta é a convicção do responsável pelo Secretariado para as Relações inter-cristãs do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou, o Hieromonge Stefan (Igumnov), em entrevista à Agência AGI.
Nova página nas relações entre as duas Igrejas
“As relações com o Vaticano – a seu ver – estão se desenvolvendo nos últimos anos de forma ativa, quer na direção das relações entre Estados – após o restabelecimento das plenas relações diplomáticas em nível de embaixadas em 2009 – como na direção das relações entre as duas Igrejas, que abriu uma nova página depois do histórico encontro do Patriarca Kirill com o Papa Francisco em Havana, no ano passado”.
“Trata-se, sem dúvida, de uma visita de grande importância” – sublinhou o representante do Patriarcado russo – recordando que antes de Parolin, visitaram a Rússia somente dois Secretários de Estado: “o Cardeal Agostino Casaroli, em 1988 – que havia participado das celebrações dedicadas aos mil anos de Batismo da Rússia – e o Cardeal Angelo Sodano, em 1999, vindo a Moscou para a consagração da Catedral católica”.
União pela paz no mundo
“O Patriarca de Moscou e o Papa são os líderes mais prestigiados do mundo cristão. Unindo as próprias forças, a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica podem trazer grandes benefícios para a questão da paz no mundo”, comentou o Hieromonge Stefan, ao traçar uma perspectiva para o desenvolvimento das relações entre as duas Confissões cristãs.
“A Igreja Ortodoxa Russa aprecia os esforços pela paz desenvolvidos em várias direções pela Santa Sé e pessoalmente pelo Papa Francisco. Me refiro – precisou – ao Oriente Médio e à alguns países da África, onde está em andamento um verdadeiro genocídio dos cristãos, mas também a uma série de outras regiões”.
Como exemplo, o religioso citou “o grande sucesso alcançado com a contribuição pessoal do Pontífice para a solução da situação na Colômbia”, ou “a sua visita à República Centro-Africana, que teve um significado importante para o reinício da paz no país”.
O Hieromonge Stefan sublinhou que também a Igreja Ortodoxa Russa “é ativa” na questão da paz e que o tema da “cooperação em temas de atualidade” internacional será tratado no encontro entre o Primaz Ortodoxo com o Secretário de Estado.
Igreja Ortodoxa e os cristãos no Oriente Médio
Particularmente caro a Moscou é o tema do Oriente Médio. “Historicamente, os cristãos nesta região veem na Igreja Ortodoxa russa a sua protetora, explicou. Sua Santidade o Patriarca visitou a Síria e o Líbano em 2011, justamente no início da crise síria e teve a possibilidade de avaliar a situação com os próprios olhos e tirar conclusões sobre a iminência da catástrofe”.
Ao retornar a Moscou, o Patriarca continuou a pedir proteção aos cristãos sírios – acrescentou o representante do Patriarcado – recordando que a Igreja Ortodoxa Russa está trabalhando muito para fornecer a eles assistência humanitária”.
“Trata-se de um trabalho que fazemos em colaboração com os católicos russos, no quadro de um grupo específico de trabalho sobre a questão”.
União de esforços
“Unindo os esforços – sublinhou – as nossas duas Igrejas podem trazer muitos benefícios ao mundo. O Patriarca e o Papa são os dois líderes mais prestigiados no mundo cristão; não têm medo de assumir as próprias responsabilidades em influenciar os processos que ocorrem hoje na sociedade, de levantar a própria voz em defesa dos valores tradicionais, em apoio dos cristãos que sofrem em diversas regiões do mundo, antes de tudo no Oriente Médio, e em favor de toda uma série de outras questões, de cuja solução depende o futuro de toda a humanidade”.
Aumentar o intercâmbio em diversas áreas
Além de temas de atualidade, serão tratados no encontro entre Kirill e Parolin “o desenvolvimento da cooperação entre as duas Igrejas: no campo dos contatos entre clero e fiéis, da colaboração acadêmica, do intercâmbio entre estudantes, do desenvolvimento de programas de peregrinação comum”, antecipou o Hieromonge Stefan.
“Está se desenvolvendo em modo muito dinâmico também a cooperação no campo cultural, para o qual foi instituído um especial grupo de trabalho, que atua em modo regular”.
São Nicolau de Bari
Ao concluir, o representante do Patriarcado frisou que “o evento mais importante das relações interconfessionais, foi o traslado a Moscou das relíquias de São Nicolau de Bari, veneradas por mais de dois milhões de fiéis”.
“Esta elevação espiritual da população, da qual fomos testemunhas, nos diz que a essência das relações entre as duas Igrejas deveria estar precisamente a este nível”.
Por Rádio Vaticano
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