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A forte devoção mariana, para muitos ou talvez para a maioria dos católicos, é um ato de fé, é coisa do coração, de afeto e ternura, de acreditar que podemos contar com Nossa Senhora. Sendo que Maria viveu uma vida normal como as mulheres de seu tempo, isto é, os afazeres domésticos, as alegrias, os sofrimentos e as dores, a pergunta que se levanta é saber: como é que ela ocupa um lugar de destaque na vida de fé de muitos católicos?
Os estudos sobre a pessoa da Virgem Maria e a Doutrina Católica concordam em chamar a Virgem Maria de “Nova Eva”, em comparação a Eva do Jardim do Éden. De fato, Eva, seduzida pela serpente, desobedece a Deus (Gn 6, 3). Assim, entrou o pecado no mundo, e todos “fomos privados da graça de Deus” (Rm 3,23).
Em oposição, a Virgem Maria é aquela que se destaca pela sua obediência, sua submissão à vontade de Deus. Ao ouvir as palavras do anjo, Maria responde: “Eu sou a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1,38). Com seu fiat, iniciou-se um novo caminho para a redenção da humanidade.
Mais ainda, as palavras do anjo que, enviado do Céu, revelam quem é Maria quando disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”. (Lc 1,28). Com essas palavras, o anjo põe em destaque a grandeza de Maria e sua importância na história da salvação humana. Ela é o caminho que Deus escolheu para a redenção da humanidade, e, cheia de graça, ela teria sido predestinada ao Seu plano de salvação. Isso significa que Deus quis contar com a Virgem Maria e, por isso, podemos também contar e recorrer ao seu auxílio, pois é um meio eficaz e seguro para alcançarmos as graças de Deus.
Como nasce a devoção mariana?
Como está explícito na narrativa das Bodas de Caná, por meio de sua intervenção, aconteceu a primeira manifestação de Jesus: o milagre da transformação da água em vinho (Jo 2, 3ss). Maria não somente intercede por nós, ela, sobretudo, antecipa as nossas necessidades e pede por nós: “Eles já não têm vinho” (Jo 2,3). Vendo o milagre que Jesus fez nas Bodas de Caná, Maria é aquela que indica o que se deve fazer para que possa manifestar-se o poder salvífico do Messias: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2,5).
Maria é modelo de humildade. No Magnificat, ela reconhece sua pobreza e pequenez; e, mesmo assim, Deus olhou para Ela e n’Ela fez maravilhas, escolhendo-a para ser a Mãe do Salvador. Pela sua humildade, ela mereceu o título de Bem-aventurada por todas as gerações (Lc 1,48). E no momento mais doloroso, ao ver a morte do seu Filho único, estava de pé, com confiança inabalável em seu coração. Nesse momento crucial da cruz, assume sua maternidade espiritual da humanidade. (Jo 19,2). Portanto, a devoção mariana nasce em virtude da vida de Nossa Senhora.
Seu testemunho de vida e fé atrai, acolhe e ampara, desde os primeiros seguidores de Jesus, a começar pelos Seus discípulos, estendendo-se a todos os filhos até os confins da Terra. A devoção mariana é uma escola na qual se cultiva a virtude de uma vontade pronta para se entregar a tudo que pertence ao serviço de Deus.
Ela não é uma latria da pessoa de Maria como sendo Deus, ela abarca as experiências da fé católica, onde se firma que Maria, a cheia de graça, é a medianeira de todas as graças e nos valeu e vale diante das necessidades. São inúmeros testemunhos, dos mais simples a milagres, que se pode ver, ler e ouvir, ocorridos desde os primeiros séculos da Igreja, e que perduram até os dias de hoje, em todos os continentes onde Maria é invocada nos mais variados títulos, com certeza muitos deles desconhecidos.
Por Nilza e Gilberto Maia, via Canção Nova
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