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Papa: no Advento, buscar a paz interior e exterior sem ferir os outros
Vatican News › 05/12/2018
Celebrando a missa na capela da Casa Santa Marta, o Papa recordou que o Advento é um tempo para pedir a paz na própria alma, na família e no mundo. Para sermos “artesãos da paz”.
Preparar-se para o Natal buscando construir a paz na própria alma, na família e no mundo. Esta foi a exortação do Papa Francisco na homilia da Missa na Casa Santa Marta (04/12). Fazer a paz – recordou – é um pouco como imitar Deus, fazendo-se humilde, sem falar mal dos outros ou feri-los. A reflexão do Pontífice foi inspirada na Primeira Leitura (Isaías 11,1-10) e no Evangelho (Lc 10,21-24).
Nas palavras de Isaías, há uma promessa de como serão os tempos quando o Senhor virá: “o Senhor fará a paz” e “tudo estará em paz”, recordou o Papa. Isaías o descreve com “imagens um pouco bucólicas”, mas belas: “o lobo e o cordeiro viverão juntos”, “o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito” “e uma criança os guiará”. Isso significa – explicou Francisco – que Jesus doa uma paz capaz de transformar a vida e a história e, por isso, é chamado “Príncipe da paz”, porque vem para nos oferecer esta paz.
Pedir ao Príncipe da paz de nos pacificar a alma
Portanto, o tempo do Advento é justamente “um tempo para nos preparar a esta vinda do Príncipe da paz. É um tempo para nos pacificar”, exortou o Papa. Antes de tudo, trata-se de uma pacificação “conosco, pacificar a alma”. “Muitas vezes, nós não estamos em paz”, mas ansiosos”, “angustiados, sem esperança”. E a pergunta que o Senhor nos faz é: “Como está a sua alma hoje? Está em paz?”. Se não estiver, o Papa exorta a pedir ao Príncipe da paz que a pacifique para se preparar ao encontro com Ele. Nós “estamos acostumados a olhar para a alma dos outros”, mas – este é o convite de Francisco – “olhe para a própria alma”.
Pacificar a família: existem pontes ou muros?
Depois, é preciso “pacificar a casa”, a família. “Existem muitas tristezas nas famílias, muitas lutas, tantas pequenas guerras, desunião”, afirmou ainda Francisco, convidando, também neste caso, a perguntar-se se a própria família está em paz ou em guerra, se um está contra o outro, se há desunião, se existem pontes “ou muros que nos separam”.
O terceiro âmbito que o Papa pede para pacificar é o mundo onde “há mais guerra do que paz”, “há tanta guerra, tanta desunião, tanto ódio, tanta exploração. Não há paz”:
Que faço para ajudar a paz no mundo? “Mas o mundo é demasiado distante, padre”. Mas o que faço para ajudar a paz no bairro, na escola, no local de trabalho? Eu dou sempre qualquer desculpa para entrar em guerra, para odiar, para falar mal dos outros? Isso é fazer a guerra! Sou manso? Busco fazer pontes? Não condeno? Vamos perguntar para as crianças: “O que você faz na escola? Quando há um colega que você não gosta, é um pouco odioso ou é fraco, você faz bullying ou faz as pazes? Procura fazer as pazes? Perdoo tudo?”. Artesão da paz. É necessário este tempo de Advento, de preparação para a vinda do Senhor, que é o Príncipe da paz.
A paz sempre vai avante, nunca está parada, “é fecunda”, “começa na alma e depois volta à alma após fazer todo este caminho de pacificação”, evidenciou ainda o Papa:
E fazer as pazes é um pouco como imitar Deus, quando quis fazer as pazes conosco e nos perdoou, nos enviou Seu Filho para fazer a paz, a ser o Príncipe da paz. Alguém pode dizer: “Mas, padre, eu não estudei como se faz a paz, não sou uma pessoa culta, não sei, sou jovem, não sei …”. Jesus no Evangelho nos diz qual deve ser a atitude: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos”. Você não estudou, não é sábio… Faça-se pequeno, faça-se humilde, faça-se servidor dos outros. Faça-se pequeno e o Senhor lhe dará a capacidade de entender como se faz a paz e a força para fazê-la.
A oração neste tempo de Advento, portanto, deve ser “pacificar”, viver em paz na nossa alma, na família, no bairro:
E todas as vezes que nós vemos que existe a possibilidade de uma pequena guerra, seja em casa, seja no meu coração, seja na escola, no trabalho, parar e buscar fazer as pazes. Nunca, nunca ferir o outro. Nunca. “E padre, como posso começar para não ferir o outro?” – “Não falar mal dos outros, não lançar o primeiro canhão”. Se todos nós fizermos isso – não falar mal dos outros – a paz irá avante. Que o Senhor nos prepare o coração para o Natal do Príncipe da paz. Mas nos prepare fazendo o possível, da nossa parte, para pacificar: pacificar o meu coração, a minha alma, pacificar a minha família, a escola, o bairro, o local de trabalho. Homens e mulheres de paz.
Por Vatican News
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