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Papa Francisco convoca a viver a unidade e superar todo tipo de violência no Chile
Canção Nova › 18/01/2018
A homilia do Papa Francisco em Temuco, no Chile, nesta última quarta-feira (17/01) foi focada no dom da unidade. Falando em uma região onde encontram-se os povos indígenas mapuche que reivindicam seus direitos bem como o reconhecimento de sua cultura, o Santo Padre frisou que não se pode cansar de procurar o diálogo para a unidade.
A Missa foi celebrada no aeródromo de Maquehue, local onde, segundo o Papa, verificaram-se graves violações de direitos humanos. “Oferecemos esta celebração por todas as pessoas que sofreram e foram mortas e pelas que diariamente carregam aos ombros o peso de tantas injustiças. O sacrifício de Jesus na cruz está repleto de todo o pecado e do sofrimento dos nossos povos, um sofrimento a ser resgatado”.
Partindo do Evangelho em que Jesus pede ao Pai que “todos sejam um só”, Francisco concentrou a homilia no dom da unidade. “Não permitais que nos vença o conflito nem a divisão”, frisou o Papa, que alertou sobre as tentações que podem aparecer e “contaminar” esse dom.
A primeira tentação citada por Francisco foi confundir unidade com uniformidade. O Santo Padre explicou que Jesus não pede ao Pai que todos sejam iguais, uma vez que a unidade não nasce da neutralização das diferenças. “A unidade é uma diversidade reconciliada, porque não tolera que, em seu nome, se legitimem as injustiças pessoais ou comunitárias”.
Depois, o Santo Padre falou de duas formas de violência que, em vez de fomentar os processos de unidade e reconciliação, acabam sendo uma ameaça a eles. “Em primeiro lugar, devemos estar atentos à elaboração de acordos ‘lindos’, que nunca se concretizam. Palavras bonitas, planos terminados sim – e necessários – mas que, por não se tornar concretos, acabam por ‘borratar com o cotovelo o que se escreveu com a mão’. Isto também é violência, porque frustra a esperança”.
Outro ponto mencionado pelo Papa foi sobre a violência e destruição, que acabam por tirar vidas humanas. Isso não pode ser a base de uma cultura do reconhecimento mútuo, ponderou. “Não se pode pedir reconhecimento, aniquilando o outro, porque a única coisa que isso gera é maior violência e divisão. A violência clama violência, a destruição aumenta a fratura e a separação. A violência acaba por tornar falsa a causa mais justa. Por isso, digamos ‘não à violência que destrói’, em qualquer uma dessas duas formas”.
Francisco concluiu a homilia convidando os fiéis a repetir o pedido de Jesus ao Pai. “Que também nós sejamos um só; fazei-nos artesãos de unidade”.
Por Canção Nova
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