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Dicas práticas para contribuir com o desenvolvimento dos filhos
Canção Nova › 29/06/2018
Contribua com o desenvolvimento dos seus filhos
Trabalhar as competências dos filhos, desde criança, é um ponto muito importante. Os pais se fixam, muitas vezes, nos cursos de línguas, mas podem deixar passar o curso de esporte, artes, música e escotismo. Esses são muito importantes, pois desenvolvem habilidades valorizadas no mundo do trabalho, como a disciplina, o saber trabalhar em equipe, a sensibilidade e destreza manual, a liderança e a visão de responsabilidade. Existem algumas dicas práticas para a abordagem no sentido de profissão e curso superior e que podemos realizar com nossos filhos desde muito pequenos. Confira algumas dicas:
1 – A abordagem começa no momento em que os filhos nascem
O modo como os vemos e fazemos crescer é fundamental. Mesmo que ele seja um bebê de poucos anos, deve ser inserido às pequenas rotinas da casa de maneira lúdica e divertida. Ao descarregar um carro cheio de compras, ele já deverá carregar seus pequenos embrulhos (de acordo com o que pode e que seja seguro). Um pequeno saco de pão ou uma esponja de cozinha.
O objetivo é:
– que nossos filhos já saibam o valor do trabalho;
– sejam pró-ativos;
– entendam que são responsáveis por participar dos afazeres da família;
– e o quanto podemos ser felizes realizando coisas juntos.
Este é o início da mentalidade empreendedora bem-sucedida em nossos filhos.
2 – Adapte sua rotina diária ao que os filhos já começam a apresentar
Percebeu que seu filho tem talentos que dependem de acordar mais cedo ou mais tarde? Percebeu que talvez ele tenha que ter um espaço para usar ferramentas e tintas? Ou é mais esportivo e precisa de ambientes para o esporte? Talvez ele precise de um computador mais cedo que outras crianças? No nosso caso, nosso filho mais velho tinha um talento rítmico que o conduziu a tocar bateria. Nem precisamos dizer o que tivemos que viver para que ele pudesse se aprimorar.
3 – Prioridades: determine e decida os caminhos junto com seus filhos e mostre sua supervisão
Como falamos anteriormente, o nosso filho mais velho tocava bateria. Aos poucos, ele foi demonstrando um amor pelas ciências humanas e um interesse pelos livros de séries e ficção fantasiosa. Percebemos, ali, que estávamos diante de um ponto de virada. Nessa hora, numa conversa de muitos encontros, fomos orientando-o e decidindo junto com ele as prioridades, para que ele pudesse, a partir de determinada idade, focar nos estudos mais acadêmicos e caminhar rumo a um vestibular.
Não foi fácil. Mas, em um determinado momento, ficou claro para ele que existem decisões que são necessárias e que não dependem de vontade ou sentimentos. São decisões inevitáveis. Nada foi tão rápido, e ele talvez pudesse tocar bateria bem melhor hoje em dia. Mas o ver passar em primeiro lugar em três universidades federais e entrar realizado em um curso superior foi muito gratificante, e para ele bastante proveitoso. Se um dia ele voltar a tocar bateria, pelo menos essa exigência acadêmica estará cumprida, e ele poderá ter até mais resultados.
4 – Seja orgulhoso das pequenas coisas que ele faz. Seja orientador se ele não fizer nada
Os filhos se sentem motivados, assim como 100% dos seres humanos, quando são reconhecidos, admirados por suas realizações e respeitados. E eles precisam saber disso. Verbalize, diga, escreva, publique e o que mais for necessário para que eles saibam de sua admiração e respeito.
Veja bem: se eles se manifestarem preguiçosos, ausentes, distraídos pelo celular e não manifestam nenhuma ação ou atitude, até mesmo para arrumar seus quartos, trabalhe com as consequências, explique-as em detalhes. Aqui em casa, já tivemos de avisar que só iria ao cinema, no fim de semana, quem fizesse a faxina do quarto bem-feita, cortasse a grama, estudasse direitinho e ajudasse os avós.
Isso não pode ser ou soar como uma chantagem, pois não é uma troca. Mas será um fato constatado: como posso sair, passear, deixar meus pais em casa, usar de facilidades econômicas para ir ao cinema, se nem mesmo eu me responsabilizo nas atividades mais básicas da vida? Garanto que eles entendem isso muito bem.
Aqui, eu faço uma pausa para o mais importante:
5 – Seja o testemunho vivo disso tudo
Seu filho, desde bebê, repetirá seus comportamentos nos momentos mais inusitados. Se você não faz o que ele deve fazer, ele jogará isso na sua cara mais cedo ou mais tarde. Se seu quarto é desarrumado, por que o dele deve ser arrumado? Se você come com as mãos sujas e faz barulhos à mesa, por que ele deveria se comportar como um nobre? Desculpem o exemplo anterior, mas é bem isso mesmo.
6 – Entenda o que está acontecendo no mundo e na vida do seu filho
Estamos em tempos de profissões que nunca existiram, e seu filho pode mudar de curso a qualquer momento. Entenda de uma vez por todas: não tem importância se ele mudar o curso ou de curso. O que não pode parar é o Curso! Deve-se prosseguir sempre em curso ou nele. O que o seu filho não pode é estagnar. Saia daquele modelo: “Meu filho tem que ser médico, engenheiro, advogado….”. O mundo girou demais e as oportunidades agora tem nomes novos e novas escolas.
Não menos importante, mas uma frase que merece destaque: “Todos os sonhos não cabem num curso universitário ou profissão”.
7 – Ensine seu filho a sonhar sem medo e a realizar, pelo trabalho comum, o que pode parecer extraordinário
Deus pode fazer um milagre, estalar os dedos e causar a transformação? Pode, mas não é assim que ele preferiu na maioria das vezes. É claro que, na rotina do dia a dia, essas coisas maravilhosas acontecem. Por isso, não desperdice os momentos mais comuns do dia, e invista em ter mais tempo com seus filhos. Os momentos de conversar sobre futuro e profissão acontecerão nesses horários da rotina frequente e repetitiva.
8 – Reze e deixe seu filho saber que você investe seu relacionamento com Deus para que ele seja um bom profissional e tenha um bom trabalho
Ele precisa compreender que a escolha do trabalho também é um dom, uma graça. Isto o fará ver os valores que movem suas escolhas e o quanto se deve ter uma espiritualidade de trabalhador: sonhar, acreditar e realizar.
Enfim, orientar e mostrar os possíveis caminhos que passa pelo diálogo, pela conversa franca, a partilha da história familiar, de conhecer os obstáculos enfrentados pelos membros da própria família, seus sonhos não realizados, assim como seus sucessos.
Tudo isso estimula a reflexão sobre sua vida e estimula a observar a própria disposição para enfrentar os obstáculos que venha pela frente. Saber e acompanhar o que seus filhos pretendem alcançar na vida, quais os seus sonhos, medos e inseguranças é um como dar aquele abraço acolhedor e deixa-lo saber que é possível trocar seu rumo, seu curso ou profissão. Que recomeçar sempre é possível.
Por Paulo Victor e Letícia Dias, via Canção Nova
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