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Dicas práticas para ajudar as crianças a desenvolver um senso de serviço e contribuição
Para que o dia a dia da casa corra sem problemas, é bom que as crianças participem – respeitando seus limites e idade – das mil e uma tarefas da vida diária. Brigitte e François de Baudus, fundadores do Instituto de Formação da Família da França, nos dão dicas de como os pais podem incentivar seus filhos a contribuir construtivamente para as tarefas da família.
Por que é importante que as crianças se envolvam no trabalho doméstico?
Brigitte e François de Baudus: Participar do trabalho doméstico significa “unir-se” à família e participar da vida familiar. As crianças apenas aprendem a solidariedade familiar participando. Também é bom não limitar a participação ao “trabalho doméstico”, mas expandir as possibilidades de ajudar um ao outro, ampliar seus corações por um senso de serviço.
Algumas pessoas pensam que as meninas estão mais dispostas a ajudar os outros do que os meninos. O que vocês acham?
É injusto classificar as coisas dessa maneira. Existem mais diferenças de temperamento do que diferenças entre meninos e meninas. As personalidades com um temperamento “focado” precisarão ser avisadas com antecedência e receber apenas uma tarefa a realizar por vez, claramente nomeadas e organizadas. Então, eles farão bem. Os temperamentos com um “foco amplo” serão capazes de fazer duas coisas ao mesmo tempo e improvisar, mas também podem ser tentados a não terminar ou esquecer… Cabe a nós, pais, conhecer nosso filho e adaptar nossos pedidos a eles.
A criança também desempenha um papel importante na família. Um irmão mais velho pode desenvolver rapidamente um senso de responsabilidade e serviço, enquanto o comportamento do irmão mais novo será uma resposta: seja útil para lidar com as tensões causadas por um irmão mais velho egocêntrico ou escapando porque o irmão mais velho faz um serviço mais espontâneo do que ele ou ela.
Como podemos fazer com que as crianças ajudem e encontrem alegria em ajudar?
Desde o início, é bom pedir às crianças que ajudem, porque elas têm apenas um desejo: mostrar do que são capazes. Promova um jogo de habilidades para arrumar a mesa às crianças de cinco anos, especialmente quando a mesa é grande! Mas também é importante não limitar o serviço às tarefas domésticas básicas e ensinar as crianças a descobrir suas próprias habilidades: encher um pneu com ar, fazer um buquê de flores, preparar cardápios e listas de compras, plantar tomates … O serviço fornecido dessa maneira torna-se uma oportunidade de aumentar a autoconfiança. Mas isso só ocorre se as demandas forem adequadas à idade e às habilidades da criança, permitindo um resultado bem-sucedido.
Que conselho você daria aos pais que estão ensinando seus filhos a ajudar os outros?
Como qualquer processo de aprendizado, adquirir um senso de serviço requer constância dos pais. Eles precisam evitar a monotonia e conversar em casal sobre a distribuição do trabalho em casa. É importante definir objetivos específicos para uma criança em particular, de acordo com suas habilidades atuais. Uma criança mais velha tende a se trancar em seu quarto para ficar sozinha? O serviço solicitado para ela, então, deverá ser uma oportunidade de se abrir às necessidades dos outros e sair da bolha: comprar pão ou brincar com a irmã mais nova, por exemplo. O garoto mais novo cria problemas no jantar? Seu trabalho será trabalhar na cozinha e preparar um prato sozinho … No final, a apreciação do trabalho realizado e agradecimentos discretos, mas eficazes, serão um estímulo importante. As crianças precisam, mais do que os adultos, ouvir que são valorizadas por quem são.
Dicas para os pais que incentivam o apoio mútuo eficaz e alegre:
– Propor uma tarefa bem identificada e com tempo limitado;
– Escolher entre duas tarefas;
– Configurar turnos para respeitar a justiça;
– Ser paciente e aceitar o ritmo da criança;
– Apreciar habilidades e talentos dos filhos;
– Inscreva seus filhos em uma organização de escotismo ou similar;
– Sempre ter algo em mente para as crianças fazerem;
– Expressar sua alegria pelo fato de as crianças terem ajudado;
– Repetir solicitações e nunca desanimar;
– Inventar novas maneiras de solicitar ou novas tarefas a serem atribuídas
Por Aleteia
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