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A celebração da Liturgia das Horas é uma tradição litúrgica rica da Igreja Católica que tem início nos primeiros séculos da Cristandade. Ao longo do tempo, essa tradição sagrada passou por várias mudanças e adaptações para melhor servir às necessidades do tempo, mas, na sua essência ficou exatamente igual. Nessa pequena reflexão, gostaria de concentrar em um desses aspectos imutáveis que eu acho lindo, mas também urgente nos dias de hoje: precisamente a característica de ser uma oração da Igreja universal; a oração que não somente expressa a união que vivemos como Católicos, mas também aprofunda essa união que o Senhor rezou tão solenemente antes da sua morte: “que eles sejam um como nós”[1].
“A oração pública e comunitária do povo de Deus é com razão considerada uma das principais funções da Igreja”[2]. Desde o princípio da Igreja, indivíduos Católicos têm se dedicado a esse dever, fazendo isso em horários fixos ao longo do dia, já que isso também era um costume comum entre os Judeus. Esses primeiros Cristãos almejavam seguir o exemplo do Senhor Jesus, que frequentemente passava longos períodos orando, e eles procuravam obedecer a palavra de São Paulo que encorajava os primeiros Cristãos a “orar sem cessar”[3]. Aos poucos, essa oração se tornou em um ciclo de horas que visava santificar o dia inteiro e tornou-se conhecido como a Liturgia das Horas.
Ao rezar a Liturgia das Horas, o indivíduo entra em uma união mais profunda com Jesus Cristo, e por esse meio, entra em uma união mais profunda com o Corpo de Cristo inteiro: a Igreja. Pois “Todos os que rezam assim, cumprem, por um lado, a obrigação própria da Igreja, e, por outro, participam na imensa honra da Esposa de Cristo, porque estão em nome da Igreja diante do trono de Deus, a louvar o Senhor”[4]. Seja este indivíduo um bispo, sacerdote ou diácono, todos que tem a obrigação de rezar a Liturgia das Horas, ou um leigo que não tem nenhuma obrigação, todos que rezam essa oração da Igreja vivem e expressam a natureza da Igreja como uma comunidade. É dessa maneira que os Católicos de todo o mundo podem se unir em oração e olhar juntos na mesma direção ao Cristo, celebrando sua presença verdadeira entre nós, enquanto ao mesmo tempo aguardando seu Retorno.
Quão lindo é considerar o fato que ao rezar a Liturgia das Horas e dar de encontro com um Salmo de perseguição, por exemplo, nós podemos nos unir espiritualmente, e rezar para nossos irmãos e irmãs Católicos de outras partes do mundo que estão sendo perseguidos por causa da sua fé.
Uma das maiores expressões dessa união que se pode viver com o Corpo de Cristo inteiro através da reza da Liturgia das Horas é rezando os Salmos com nossos corações abertos às várias atitudes e emoções que esses poemas de louvor expressam. Pois “quem salmodia não o faz tanto em seu próprio nome como em nome de todo o Corpo Místico de Cristo, e até na pessoa do próprio Cristo. Se tivermos isto em conta, desaparecem as dificuldades que possam surgir para que salmodia, caso os seus sentimentos íntimos se sintam em desacordo com os afetos expressos num salmo”[5]. Isso quer dizer que mesmo quando se reza a Liturgia da Horas sozinho, o indivíduo está rezando em união com todos que ao redor do mundo rezam a mesma oração, e por isso pode se abrir à experiência e ao sentimento que outros possam estar vivendo.
Quais são as consequências práticas disso? Vamos supor que está rezando a Liturgia das Horas sozinho e um dos salmos é um salmo que diz respeito à perseguição e medo que o salmista tem daqueles que o persegue. Se nós somos encorajados a nos abrirmos, e de certa maneira unirmos, às atitudes e emoções que os salmos expressam durante a reza da Liturgia das Horas, então poderá perguntar a si mesmo “como é que eu vou entrar em sintonia interior com uma experiência que eu nunca tive”? Ou se está rezando e um salmo em que o salmista expressa sentimento de tristeza ou dor, mas naquele exato momento está sentindo uma imensa alegria, o que deve fazer? São nestes momentos quando temos a chance de olhar além de nós mesmos e olhar na direção do Corpo de Cristo inteiro e entrar em uma união particular de atitudes e emoções com nossos irmãos em outros lugares que podem estar sentindo aquilo que o Salmo expressa. Quão lindo é considerar o fato que ao rezar a Liturgia das Horas e dar de encontro com um Salmo de perseguição, por exemplo, nós podemos nos unir espiritualmente, e rezar para nossos irmãos e irmãs Católicos de outras partes do mundo que estão sendo perseguidos por causa da sua fé. Deus com certeza irá olhar as nossas orações e irá oferecer os frutos para aqueles que mais precisam.
Enfim, gostaria de simplesmente mencionar o fato de que mesmo que a Liturgia das Horas seja uma oração que possa ser rezada individualmente, esta oração é mais adequada se for rezada com outros. A Igreja ensina que a “celebração comunitária manifesta mais claramente a natureza eclesial da Liturgia das Horas. Pelas aclamações, pelo diálogo, pela salmodia alternada, etc., favorece também a participação ativa de todos, segundo a condição de cada um”[6]. Quando um grupo se reúne para rezar a Liturgia das Horas, isso já é, em si, a manifestação da comunhão da Igreja, e ao mesmo tempo, contribui ao fortalecimento da mesma comunhão.
O Senhor Jesus pediu ao seu Pai que nós sejamos um, e ele nos deu a liturgia como o principal meio de atingir essa comunhão. Vamos, portanto, elevar nossos corações e nossas mentes a Ele que é perfeita Comunhão, e pedir para que seu Plano seja cumprido à medida que continuamos nessa peregrinação para o nosso lar eterno.
Notas: [1] Jn. 17, 11. [2] Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, n. 1. [3] 1 Tess. 5, 16. [4] Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia, Sacrosanctum Concilium, n. 85. [5] Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, n. 108. [6] Ibid., n. 33.
Quer rezar a Liturgia das Horas? Clique aqui.
Saiba mais: Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas
Por A12
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