Liturgia

A Igreja tem 3 tipos básicos de celebração: memória, festa e solenidade

Aleteia › 27/10/2017

Vamos aprender um pouco mais sobre estas diferenças que tanto enriquecem a nossa liturgia!

Geralmente, a palavra “festa” é usada pelos católicos em referência a qualquer celebração da Igreja: dias dedicados a santos, a Nossa Senhora, a Cristo… Não há nenhum erro doutrinal em usar o termo “festa” para todos os casos, mas é recomendável aprender que, na Igreja, existe uma hierarquia de celebrações. Elas se estruturam em três tipos básicos: as memórias, as festas e as solenidades.

Solenidades

As solenidades são as celebrações de grau mais alto, reservadas aos mistérios mais importantes da nossa fé: por exemplo, a Páscoa, o Pentecostes, a Imaculada Conceição, os principais títulos de Jesus, como Cristo Rei e o Sagrado Coração, além de celebrações que honram alguns santos de particular importância na história da salvação, como é o caso das solenidades de São Pedro e São Paulo e a do nascimento de São João Batista.

Nas solenidades, assim como nos domingos, a celebração eucarística tem três leituras, a oração dos fiéis, o Credo e o Glória (inclusive quando a solenidade cai no Advento ou na Quaresma). As solenidades também têm orações próprias exclusivas: antífona de entrada, oração inicial, oração sobre as oferendas, antífona da comunhão e oração depois da comunhão. Na maioria dos casos, há também um prefácio especial.

Algumas solenidades são festas de preceito e outras não: isto depende da realidade pastoral de cada país e, portanto, do critério da respectiva conferência episcopal.

As solenidades que caem nos domingos são celebradas como tais durante o Tempo Comum e o Tempo de Natal, mas costumam ser transferidas para a segunda-feira quando caem num domingo do Advento, da Quaresma, da Semana Santa e do Tempo Pascal.

Festas

As festas, por sua vez, honram algum mistério ou título de Jesus, de Nossa Senhora e de santos particularmente relevantes, como os apóstolos, os evangelistas e outros de grande importância histórica, tais como São Lourenço.

A festa costuma ter orações próprias, mas são feitas somente duas leituras e o Glória. Diferentemente de outras festas, as dedicadas a Jesus, como a Transfiguração e a Exaltação da Santa Cruz, são celebradas também quando caem no domingo, e, nesse caso, têm três leituras, o Glória e o Credo.

Memórias

A memória é geralmente a celebração de um santo, mas pode ainda celebrar algum aspecto de Jesus ou de Maria. É o caso da memória facultativa do Santo Nome de Jesus e da memória obrigatória do Imaculado Coração de Maria.

No tocante à liturgia, não existe diferença entre a memória facultativa e a memória obrigatória. Toda memória tem ao menos uma oração própria de abertura. Quanto às leituras, elas podem ou não ser específicas: no geral, prefere-se que sejam mantidas as leituras do dia, a fim de evitar que se interrompa excessivamente o ciclo contínuo das leituras próprias de cada tempo; no entanto, há leituras específicas que devem ser usadas no caso de alguns santos, especialmente os mencionados na própria Sagrada Escritura, como, por exemplo, Marta, Maria Madalena e Barnabé.

Durante a Quaresma e em parte do Advento (de 17 a 24 de dezembro), usa-se apenas a oração coleta do santo; todo o resto é o ordinário daquele dia.

Caso especial

O dia de finados, celebrado em 2 de novembro, tem prioridade sobre o domingo apesar de não ser uma solenidade.

Variações geográficas

Há casos em que uma determinada celebração tem classificação diferente conforme a região, já que alguns santos são mais venerados em um lugar do que em outros, por exemplo. É o caso de São Bento: seu dia é memória obrigatória no calendário universal, mas é festa na Europa por ser um dos padroeiros do continente e é solenidade na diocese de Montecassino, onde está enterrado.

Há solenidades, como o Corpus Christi, que podem ser ou não de preceito conforme determinação da conferência episcopal de cada país: a decisão se baseia na realidade pastoral local. Por isso há países que mantêm a tradicional celebração na quinta-feira e como festa de preceito; outros mantêm o dia, mas não como preceito; e outros ainda, que já são a maioria, nos quais a celebração é transferida para o domingo seguinte a fim de garantir a máxima participação dos fiéis. No Vaticano, o dia do Corpo e do Sangue do Senhor continua sendo celebrado na quinta-feira, com a procissão do Santíssimo Sacramento conduzida pelo Santo Padre. Já a diocese de Roma, assim como o resto da Itália, celebram esta solenidade no domingo seguinte.

Por Aleteia

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