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“O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho de fé: sem o amor, quer a vida quer a fé, permanecem estéreis”.
Dirigindo-se da janela do apartamento pontifício aos milhares de fiéis e turistas presentes na Praça São Pedro, o Papa Francisco refletiu no Angelus deste 30º Domingo do Tempo Comum (29/10) sobre o mandamento do amor: a Deus em primeiro lugar, e ao próximo como a si mesmo.
“Tu podes fazer coisas boas, cumprir todos os preceitos, tantas coisas boas, mas se tu não tens amor, isto não serve”, advertiu Francisco, que inspirou-se na passagem de Mateus proposta pela liturgia do dia.
Os fariseus queriam colocar Jesus à prova, perguntando a ele qual era o maior mandamento da Lei. “Uma pergunta insidiosa – observa o Papa – porque na Lei de Moisés são mencionados mais de 600 preceitos”.
Então Jesus responde: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento”, acrescentando, “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
“Esta resposta de Jesus não é algo que se deduz automaticamente, porque entre os múltiplos preceitos da lei judaica, os mais importantes eram os dez mandamentos, comunicados diretamente por Deus a Moisés, como condição do pacto de aliança com o povo”:
“Mas Jesus quer fazer entender que sem o Amor por Deus e pelo próximo não existe verdadeira fidelidade a esta aliança com o Senhor. Tu podes fazer coisas boas, cumprir todos os preceitos, tantas coisas boas, mas se tu não tens amor, isto não serve”.
O Papa cita o Livro do Êxodo, onde explica que para estar em Aliança com o Senhor, não se pode maltratar “aqueles que desfrutam de sua proteção’:
“E quem são estes que desfrutam de sua proteção? Diz a Bíblia: a viúva, o órfão, o estrangeiro, o migrante, isto é, as pessoas mais sozinhas e indefesas”.
Ao responder aos fariseus, Jesus também tenta ajudá-los “a colocar ordem em sua religiosidade”, distinguindo “aquilo que realmente é importante”, daquilo “que é menos importante”:
“E Jesus viveu exatamente assim a sua vida: pregando e fazendo aquilo que realmente é importante e é essencial, isto é, o amor. O amor dá impulso e fecundidade à vida e ao caminho de fé: sem o amor, quer a vida quer a fé permanecem estéreis”.
O que Jesus propõe nesta página do Evangelho – explicou Francisco – é um ideal estupendo, que corresponde ao desejo mais autêntico de nosso coração:
“De fato, nós fomos criados para amar e ser amados. Deus, que é amor, nos criou para tornar-nos partícipes da sua vida, para sermos amados por Ele e para amá-lo, e para amar com Ele todas as outras pessoas. Este é o “sonho” de Deus para o homem”.
Mas para conseguir realizar isto, “temos necessidade da sua graça, temos necessidade de receber em nós a capacidade de amar que provém do próprio Deus”:
“Jesus se oferece a nós na Eucaristia justamente para isto. Nela, nós recebemos o seu Corpo e o seu sangue, isto é, recebemos Jesus na expressão máxima de seu amor, quando Ele ofereceu a si mesmo ao Pai para a nossa salvação”.
Que a Virgem Santa – foi sua invocação final – “nos ajude a acolher em nossa vida “o grande mandamento” do amor de Deus e do próximo”, pois se o conhecemos desde pequeno, nunca deixaremos de nos converter a ele, para “colocá-lo em prática nas diversas situações em que nos encontramos”.
Por Rádio Vaticano
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